Conheça seu Professor – prof.ª Samiria Maria Oliveira da Silva

Hoje a nossa convidada para participar do quadro “Conhecendo seu Professor” é a Professora Samiria Maria Oliveira da Silva. Ela possui graduação em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará, mestrado em Economia Rural pela Universidade Federal do Ceará e doutorado em Engenharia Civil (Recursos Hídricos) também pela UFC. Atualmente é Professora Adjunta da Universidade Federal do Ceará de Mecânica dos Fluidos e Hidráulica.

E agora que já conhecemos um pouco dessa excelente profissional, vamos conhecer ainda mais sobre a sua trajetória.

  1. Você sempre pensou em seguir carreira acadêmica?

Comecei a pensar na carreira acadêmica durante a graduação, mas sempre tive uma “veia” para ser professora.  Provavelmente, por ter recebido influências da minha avó e mãe ao longo da vida. A primeira foi professora em um programa de alfabetização de pescadores na Taiba-São Gonçalo do Amarante, enquanto que a segunda foi professora em escola pública municipal. Por meio delas, sempre tive o contato com as alegrias e desafios da vida de docente. 

Na graduação, tive a oportunidade de participar do programa de Iniciação à Docência-PID e, a partir dele, comecei a trilhar o caminho para a carreira acadêmica. 

  1. O que te motivou a ir para a área de recursos hídricos?

Fui motivada pela minha tutora do PET, profa. Rosemeiry Carvalho. Durante a graduação fui monitora da disciplina de Economia e, depois acompanhei alguns trabalhos dessa linha. Por isso, segui para o mestrado nessa mesma área e pensava em continuar no Doutorado. Contudo, a profa. Rosemeiry aconselhou-me a pensar na possibilidade de trabalhar com economia dos recursos hídricos. Ao mesmo tempo, um colega do PET, já estava fazendo mestrado em saneamento e migraria para recursos hídricos no doutorado. Ele apresentou-me o POSDEHA pela sua percepção. Por fim, optei por seguir nessa área. 

  1. Para você que já fez parte do Programa de Ensino Tutorial e hoje é professora universitária, como você acha que o PET agregou na sua vida profissional e acadêmica? 

O PET foi um espaço de extrema importância na minha profissional e pessoal. Primeiro, tive a oportunidade de passar a graduação inserida em um grupo que se apoiava e se ajudava em diversos aspectos. Além disso, o programa me deu oportunidades de despertar e/ou aprimorar diversas habilidades. Por meio do PET, fiz diversos trabalhos de extensão nos quais precisava ter o contato com o outro, participei de grupos de pesquisa cientifica e congressos nacionais, cumpria regras de convivência, auxiliava outros alunos nas disciplinas, etc. Em suma, o programa proporcionou muita interação que me ajudou a desenvolver habilidades cognitivas e sociais.

  1. Como está sendo a sua adaptação e dificuldades ao ensino remoto que está ocorrendo em virtude da pandemia?

O inicio foi bastante difícil. Tivemos que apreender novas ferramentas e adaptar as aulas para esse formato. Particularmente, eu utilizava muito a lousa para resolução de questões e precisei adequar o material. Contudo participei de um curso do PAAP antes de iniciar essa transição que contribuiu significativamente nessa adaptação. 

Para mim, nada substitui as aulas presenciais. Acredito que os estudantes ainda não têm maturidade para seguir em disciplinas no formato remoto, apesar desses quase dois anos. Além disso, perdemos o contato com o outro. 

  1. Quais foram as maiores dificuldades que você encontrou durante os processos de graduação/mestrado/doutorado?

A maior dificuldade foram as transições de um para o outro. Temos que nos adaptar a um novo espaço e a um novo grupo e esse processo requer muita energia. Normalmente, ingressamos na graduação muito jovens e precisamos compreender como todas aquelas disciplinas se encaixam na sua formação. O primeiro semestre foi o mais difícil por conta disso. Acredito que as recepções, apresentação do curso e currículo ajudam muito nesse aspecto. 

Outra dificuldade foi a mudança de área. Você tem que correr atrás de toda a bagagem anterior e eu fiz isso duas vezes. Saí da Engenharia de Pesca para a Economia e, desta para os Recursos Hídricos. 

  1. Qual conselho você daria para a sua “eu” estudante de graduação? Você acredita ter suprido as expectativas dela?

Sim. Já superei todas as minhas expectativas do meu “eu” graduação. Eu diria: estude, faça o seu melhor e acredite em você. 

  1. Na sua opinião, quais passos um estudante que quer seguir carreira acadêmica deve seguir?

Primeiro, ele precisa conhecer a carreira acadêmica, pois é uma carreira construída a longo prazo e, às vezes, ficamos ansiosos para que tudo se realize nas nossas vidas rapidamente. Segundo, ele precisa ser persistente, pois a carreira requer muita dedicação. Fora isto, é interessante se envolver em alguma pesquisa cientifica, grupo ou laboratório. Ter contato com estudantes da pós-graduação e estudar inglês, se possível. 

  1. Vimos que muitas das suas pesquisas são relacionadas às mudanças climáticas e recursos hídricos. Poderia falar um pouco sobre a importância delas no contexto atual?

As minhas pesquisas estão vinculadas a Planejamento, Gestão e Economia dos Recursos Hídricos. Nessa temática tenho estudado sobre segurança hídrica e alocação de água, instrumentos de gestão (em especial a cobrança pelo uso da água bruta), relação água e economia regional, diversificação da matriz de abastecimento, entre outros aspectos. São temáticas relevantes para o semiárido que se caracteriza por ser uma região marcada pela variabilidade climática. Contudo, é uma linha que você precisa estar antenada aos problemas atuais e isso só é possível com as relações que mantemos com as instituições do sistema de recursos hídricos.  

  1. Como professora do Centro de Tecnologia, de que maneira você avalia a taxa de evasão dos alunos dos cursos de Engenharia? O que você acha que causa essa saída tardia dos alunos e quais as possíveis soluções?

Diversas causas contribuem para termos uma alta taxa de evasão, e entre esses fatores posso destacar os aspectos: socioeconômico, institucional, vocacional, familiar etc. Diante disso, avalio que é necessário investirmos no ciclo básico para que o aluno possa se engajar no curso. As mudanças que estão ocorrendo no currículo caminham nessa direção. Os programas institucionais de bolsa também ajudam na redução desses índices, pois muitos estudantes evadem por questões socioeconômicas. 

  1. Qual o seu conselho para um estudante de graduação hoje? 

Vou deixar cinco conselhos: 

  • Participe de projetos de desenvolvimento pessoal e profissional;
  • Mantenha amizades com alunos e professores que contribuam para a sua formação;
  • Faça uma programação de longo prazo para dividir o tempo entre aulas, projetos e/ou estágios;
  • Conheça seus limites e potenciais;
  • Divirta-se e seja feliz. 

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